O gabinete político e de segurança de Israel aceitou nesta terça-feira (15) a proposta para um cessar-fogo com as facções armadas na faixa de Gaza feita pelo Egito, informou o Escritório do primeiro-ministro israelense em comunicado.
De acordo com a nota, o gabinete, que se encontrava reunido em Jerusalém desde o início do dia, aceitou suspender as hostilidades a partir das 9h locais (3h de Brasília).
O braço armado do movimento radical palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, sinalizou rejeição à proposta egípcia em seu estado atual. No entanto, um representante do Hamas no Cairo, But Moussa Abu Marzouk, disse que o grupo não tomou ainda uma decisão oficial.
Segundo seu porta-voz, Fawzi Barhum, o Hamas não aceitará um cessar-fogo que não inclua um acordo completo sobre o conflito. O Hamas exige a suspensão dos bombardeios, o fim do embargo comercial vigente desde 2006, a abertura de um posto de fronteira entre Rafah e o Egito e a libertação de prisioneiros.
Depois das 9h, o Hamas disparou foguetes para a cidade israelense de Ashdod. O sistema antimísseis israelense Domo de Ferro interceptou vários projéteis, mas uma fábrica foi atingida sem que houvesse feridos.
Israel afirmou que suspendeu os ataques contra a Faixa de Gaza, mas iria retomá-los com força se os disparos de militantes palestinos prosseguissem. Durante a noite, 25 locais em Gaza foram bombardeados.
"Se o Hamas não aceitar a proposta egípcia, como é o caso atualmente, Israel terá toda a legitimidade internacional para ampliar suas operações militares com o objetivo de restabelecer a calma", disse o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu durante um encontro com o ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, em Tel Aviv.
PROPOSTA
O Egito apresentou na segunda-feira (14) uma iniciativa para dar uma solução ao conflito entre Israel e o movimento islamita palestino Hamas, que estabelece a trégua entre ambas as partes a partir desta manhã, além de reuniões no Cairo nos próximos dias.
O plano convocou todas as partes para "um cessar-fogo imediato", de qualquer operação aérea, terrestre e marítima.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, louvou na segunda a iniciativa do Egito e disse que espera que a proposta do país árabe ajude a restabelecer a calma na região.
"Uma escalada maior não beneficia a ninguém, muito menos a israelenses e palestinos. Faremos tudo o que for possível para facilitar o retorno ao cessar-fogo de 2012", disse Obama.
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, deu boas vindas à proposta e agradeceu ao Egito por seus esforços para restaurar a calma na região, informou a imprensa local.
O Ministério da Saúde em Gaza informou nesta terça que o número de mortos no território palestino subiu para 189, enquanto os feridos se aproximam de 1,4 mil e mais de 250 casas foram destruídas em oito dias de conflito.
O número supera o da ofensiva de novembro de 2012, que teve 177 palestinos mortos e seis israelenses.
A escalada de violência começou em junho, com o desaparecimento de três jovens israelenses, depois encontrados mortos. O crime, que Israel atribuiu ao grupo radical Hamas, e que foi seguido pelo assassinato de um jovem por extremistas judeus, desencadeou o atual conflito entre Israel e o Hamas em Gaza.